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O português Luis Leão Pinto cumprimenta Avancini no pódio da 2ª etapa

O português Luis Leão Pinto cumprimenta Avancini no pódio da 2ª etapa

Do Bikemagazine
Foto de divulgação

Em entrevista ao Bikemagazine antes do início da ultramaratona Brasil Ride, Henrique Avancini, vencedor da competição com o parceiro Sherman Trezza no ano passado, disse que considera a 2ª etapa da prova a mais decisiva. “É onde passa a régua”, avaliou.

Nesta segunda-feira (20 de outubro), após pedalar mais de 6 horas sob calor intenso para finalizar os duros 147 quilômetros do percurso, Avancini relatou a etapa e mandou o recado:  “Aproveito para dar meus sinceros parabéns aos atletas que simplesmente completaram a etapa dentro do tempo limite. Quem fez a etapa hoje entende bem do que estou falando…”, escreveu, em sua página no Facebook.

CONFIRA O RELATO

“Hoje não foi dia de pensar em resultado, de fazer mil táticas, de realizar ataques. Hoje foi dia de simplesmente sobreviver. Já fiz muitas corridas duras, mas essa etapa foi realmente pesada.

O ritmo no começo foi surreal. Eu não estava acreditando no pace que estavam impondo nos primeiros 30km. O português Luis Leão Pinto (que faz dupla com o alemão Matthias Leisling), e o seu compatriota Tiago Ferreira (que faz dupla com o grego Periklis Ilias) colocaram um ritmo constante e absurdamente forte. Não houve ataques, o pelotão simplesmente foi sendo selecionado e reduzido.

Por volta do km45 em uma subida dura, ficamos com mais 3 duplas. A largada foi às 6h da manhã e às 7h30 já estava muito quente. Estávamos muito no limite e voltamos para o segundo grupo, com outras 4 duplas, que incluía os atuais lideres (Trek) e os segundos da geral (Betch.Nl/Brentjens), que foram os primeiros a atacar o segundo grupo e seguiram sozinhos.

Com metade da quilometragem o dia começou a ficar muito quente, e a parte dura ainda estava por vir.

Aos poucos fomos crescendo na prova, mas em ritmo de sobrevivência. Chegamos na trilha do Vietnam, um trecho que ajuda muito tanto a mim quanto ao Sherman, e assim fomos ganhando terreno. Saímos do Vietnam e éramos a quinta dupla e vimos a terceira e quarta duplas.  O normal seria atravessar o rio no final da trilha em duas passadas, mas estava tão quente que falei pro Sherman pra darmos uma refrescada no rio. Deitamos no rio, que estava raso e rolamos na água que nem porco no chiqueiro. Foram 10 segundos que fizeram uma baita diferença.

Mais algumas partes duras, até chegar na última serra do dia do km128 ao 138km. Um lugar seco e muito quente. O desnível é grande e a sensação é que quanto mais alto, mais quente fica. Nessa serra estávamos mal, mal mesmo e pra ter uma ideia do sofrimento da etapa, largamos a dupla da Ghost e da Betch.Nl, que estavam piores ainda.

Eu e Sherman subimos lado a lado na serra, e isso foi como dizer um ao outro “tô contigo parceiro” durante toda subida…

Foi realmente uma prova para expandir os limites e mudar os conceitos. No final da serra avistamos a dupla do Tiago e Periklis. Faltavam 6km pro final. Estava um vento contra forte e consegui ditar o ritmo até a chegada. Vim andando forte e realmente usei as últimas forças. Chegamos a 10 segundos deles, cruzando na terceira colocação.

Matthias e Luis Pinto venceram a etapa e assumiram a liderança(com grande vantagem) e com o resultado de hoje subimos para a segunda colocação geral. Ainda faltam 5 longos dias, e não sei o que eu e Sherman teremos capacidade de fazer, mas hoje fiquei orgulhoso e feliz com a nossa parceria. Fizemos um baita resultado na etapa que mais favoreces os atletas especialistas em maratonas e isso foi uma grande superação.

Amanhã XCO. Teoricamente o melhor dia para nós. “