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No percurso da Sunshine Cup, no Chipre

No percurso da Sunshine Cup, no Chipre

Do Bikemagazine
Fotos: © EGO Promotion

A estreia internacional de Henrique Avancini na equipe Cannondale será na Sunshine Cup, no Chipre, que chega à 9ª edição. A corrida, que é classe SHC, a mais alta das categorias UCI, costuma atrair os melhores bikers do mundo no início da temporada.

Sunshine Cup reúne os melhores do mundo

Sunshine Cup reúne os melhores do mundo

A prova começa nesta quinta-feira (26 de fevereiro) e vai até domingo (1º de março). São duas maratonas, uma crono individual e uma prova de cross country olímpico.

Avancini faz sua estreia internacional com a Cannondale no Chipre

Avancini faz sua estreia internacional com a Cannondale no Chipre Foto: Fabio Piva

Avancini já disputou a Sunshine Cup em 2009, 2010 e 2011. O melhor resultado foi a 6ª colocação na Elite em 2010, sendo o primeiro da Sub 23.

Sunshine Cup tem quatro etapas

Sunshine Cup tem quatro etapas

A primeira vez de Avancini na disputa foi uma conquista de vida, segundo relata em sua página no Facebook.

Confira:

“Não sou muito de contar das partes difíceis da vida, pois não gosto de “vitimismo”, mas vou contar um pouquinho da minha primeira viagem ao Chipre, que mostra a diferença entre TER oportunidade e BUSCAR oportunidade.

Em 2008 eu competia pela equipe Sundown no Brasil. A empresa entrou em 2009 com uma forte crise e a informação foi que pagariam os dois primeiros meses e depois confirmariam ou não se a equipe continuaria. Nesse cenário, resolvi pegar esse salário e comprar uma passagem para o Chipre, onde acontecia a famosa Sunshine Cup, com seguidas competições ao longo de 4 semanas.

Numa quinta-feira entrei em contato com o organizador, fiz inscrição, comprei passagem, embalei a bike, fiz a reserva no hotel mais fulero com pensão completa e viajei. O objetivo era tentar a sorte na Europa, completamente na cara e na coragem.Só na viagem de ida tive muitas histórias que vou guardar pro meu livro, mas quando cheguei na madrugada de sábado no Chipre, a reserva do hotel não tinha sido aceita… Não tinha cartão, pouquíssimo dinheiro no bolso. Sendo assim resolvi fazer a primeira prova como senão tivesse nenhum problema acontecendo e depois eu veria o que fazer…

Na primeira corrida fiz um sexto sei lá como. Bati algumas estrelas renomadas – e eu era só um garoto de 19-20 anos. O mais importante foi a premiação em dinheiro que me permitiu a “sobre-vida” pra mais uma semana.

Eu ficava em uma cabana alugada que era mais barata porque não tinha água quente, nem aquecimento, nada…Nunca comi tanto atum na minha vida; economizava em tudo e era a única carne que dava pra comprar. Assim fui competindo e literalmente sobrevivendo. Aos poucos as pessoas viam que eu estava numa baita roubada e me ofereciam ajuda.

Enfim, nas 4 semanas passei por inúmeros perrengues, mas a moral da história é que voltei pra casa com um contrato de 2 anos para competir na Europa e ainda cravei um 5°lugar na última competição.

Esses dias antes de viajar estava lembrando disso tudo e o quanto vale a pena tomar atitude. Foi uma viagem daquelas que se tudo desse certo seria difícil…Se eu contar tudo que rolou, não vai ter uma pessoa que vai dizer que deu certo. O seu caminho não é o de Deus. Dando tudo errado voltei pra casa com o meu propósito alcançado. Passei por muitas coisas que só hoje consigo olhar pra trás e entender o propósito.

Agora dá pra ter uma pequena ideia do quanto essa corrida significa pra mim.”

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