
Nairo Quintana no pódio do Tour, com Froome e Valverde Foto:Movistar
Do Bikemagazine
Fotos de divulgação
O colombiano Nairo Quintana (Movistar) aproveitou o Tour de France para desmentir uma história que se propaga há algum tempo. Em questão: sua origem. Há dois anos, ao ser tema de uma reportagem, foi retratado como um jovem de origem muito humilde que quando criança tinha que pedalar 16 quilômetros pela selva para chegar à escola. Em entrevista ao jornal belga Het Nieuwsblad, Quintana fez questão de desfazer tal imagem, que acabou reproduzida imprensa afora.
“Foi sugerido que eu sou filho de uma família muito pobre. Meus pais não são ricos, mas não são pobres”, afirma Quintana, segundo colocado do Tour de France 2015 e, pela segunda vez em sua carreira, o vencedor da classificação de melhor jovem, que veste a camisa branca – para comemorar, a Movistar o homenageou com uma bike toda branca na última etapa do Tour.
Quintana disse ao jornal belga que pedalava para ir à escola, na região de Boyacá, a 3 mil metros de altitude, porque gostava e que o cenário é bem diferente do retratado. “Falam da Colômbia como se fosse uma selva, um país longe de tudo e de todos”, reclama.
No início do Tour, quando questionado sobre seus treinamentos em casa, ao invés de ficar com a equipe na Espanha, o ciclista defendeu-se. “ Tenho a vantagem de treinar em altitude em casa, em Boyacá. Não vejo necessidade de ir a uma concentração em Tenerife, por exemplo, quando posso treinar e ficar com minha família”, completou. Foi em Boyacá, aliás, que o talento de Nairo Quintana foi notado. No tal caminho para a escola, geralmente encontrava ciclistas profissionais da região treinando. Um dia o treinador Vicente Belda prestou mais atenção no garoto, que conquistou seu primeiro contrato, com a equipe Boyacá Es Para Vivirla, patrocinada pela Secretaria do Turismo local.
Algum tempo depois Nairo já estava na Europa e, em 2010, conquistou seu primeiro título, no Tour de L’Avenir, depois de impressionar nas montanhas. Dois anos depois foi contratado pela Movistar.

Nairo Quintana na etapa ao Alpe D’Huez Foto:Movistar
Durante o Tour, as bandeiras da Colômbia se destacavam na torcida. Na Colômbia, Quintana é herói. Vencedor do Giro D’Itália do ano passado, veio para o Tour no grupo dos favoritos. Mas, para os fãs, demorou a mostrar sua força. Somente na penúltima etapa, ao Alpe D’Huez, emocionou.
Mas o ciclista encerra a competição satisfeito. Quintana não conseguiu a camisa amarela, mas sente que melhorou e amadureceu. “Estou contente. Foi minha segunda vez no Tour de France e estou no pódio de novo. Também destaco a classificação por equipes da Movistar, todos nós trabalhamos muito”, disse neste domingo em Paris. Em 2013, Quintana terminou em segundo, a 4min20s de Chris Froome (Sky). Desta vez, encerrou a 1min12s. “Só levo coisas boas, aprendi muito. Hoje sou mais maduro, mais líder”, afirmou o colombiano. Leia mais sobre última etapa



