
Na entrada do Vietã na Brasil Ride de 2013 Foto: Alexandre Cappi
Foto de divulgação
Nesta segunda-feira (19 de outubro) os competidores da ultramaratona Brasil Ride voltam a enfrentar o Vietnã baiano. Na segunda etapa da prova, a chamada etapa rainha, que terá 147 quilômetros de percurso, a trilha do Vietnã – que ganhou o apelido em função dos trechos onde há uma lama preta, onde os atletas chegam a carregar a bike e, dependendo das condições, correm o risco de afundar os pés – como um grande desafio.
A largada da mais longa das 7 etapas da Brasil Ride será às 6h. Além do Vietnã, são 3.355m acumulados de ascensão para enfrentar. O pelotão começa a disputa com 15km de asfalto, em um grande planalto. A partir do km 20 inicia a descida de serra; 65 km depois chega a hora de encarar o Vietnã, com 14 km de trilha muito técnica, com trechos de subida com pedras, onde é difícil pedalar e, muitas vezes, é preciso descer para empurrar ou carregar a bike.
“Para os ciclistas da elite é após o Vietnã que acaba acontecendo a grande disputa. A estratégia traçada por eles, temos percebido, é que tentam se manter juntos até o Vietnã, para não deixar o outro desgarrar. Depois de cerca de duas horas pedalando e empurrando a bike nesse trecho tão difícil, há o setor final, de cerca de 17km, onde acontecem as grandes arrancadas rumo a linha de chegada e costumam ocorrer grandes pegas”, explica Rafael Campos, diretor técnico da Brasil Ride desde a primeira edição.

Início do trecho conhecido como Vietnã
Ricardo Pscheidt está na Bahia para sua quarta Brasil Ride e conhece bem o sofrimento para atravessar o Vietnã da Chapada Diamantina. “Você chega após 100km, sob o calor do meio-dia e, consequentemente, com um bom desgaste. Ano passado bateu 50 graus. Junte a isso muito single treck, muita trilha dura, algumas subidas íngremes e descidas técnicas. Ou seja, nem na descida você consegue descansar um pouco”, conta o ciclista que, em 2010, no ano de estreia da Brasil Ride, chegou a ficar atolado até o joelho na lama.
“Quando se chega ao final desse percurso, é até um pouco contrastante, pois a gente se acostuma com o terreno seco e, de repente, surge um barro preto. Lembra mesmo aquelas imagens do Vietnã. É como se fosse numa guerra, no meio do mato você encontra outras duplas, todo mundo meio que no limite das forças”, completa.
O alemão Simon Gegenheiner já correu três vezes a Brasil Ride e compartilha as sensações do colega brasileiro. “É realmente um percurso especial. Da primeira vez eu não sabia nada, consegui desenvolver bem a prova, imprimindo velocidade, mas quando cheguei ao Vietnã percebi que era uma parte muito dura, onde não se consegue ir rápido, e é preciso cuidar da sua bike, carregar ou empurrar. Sempre é preciso muita resistência física para sobreviver ao Vietnã, que merece o apelido que tem”, afirma.
Pscheidt resume bem a importância desse percurso. “Quem sai bem posicionado do Vietnã vai terminar bem a segunda etapa.”
Cortes
Outra característica da segunda etapa é a inclusão de cortes. Por questões de segurança, há um horário limite para chegar à linha de chegada. Os bikers têm até as 17h30 para completar os 147km, porém, também há cortes intermediários em postos de hidratação (são quatro completos, com água, isotônico e frutas, e mais três exclusivamente com água). “Nós usamos ao máximo a janela de luz aqui na Chapada. O corte intermediário é o terror dos ciclistas, porque acontece logo após o temido Vietnã”, completa o diretor técnico Rafael Campos.
AS ETAPAS
1ª Etapa: 18 de outubro – 13h
Contrarrelógio de 20 km com largada e chegada em Mucugê
2ª Etapa: 19 de outubro – 6h
147 km entre Mucugê e Rio de Contas, com 3.355m acumulados de ascensão
3ª Etapa: 20 de outubro – 10h
34,5 km em Rio de Contas, circuito de cross country com 5 voltas de 6,9 km
4ª Etapa: 21 de outubro – 8h
84,7 km em Rio de Contas, com 2.156m acumulados de ascensão
5ª Etapa: 22 de outubro – 7h
94,7 km em Rio de Contas, com 1.881m acumulados de ascensão
6ª Etapa: 23 de outubro – 6h
143,4 km entre Rio de Contas e Mucugê, com 2.854m acumulados de ascensão
7ª Etapa: 24 de outubro – 9h
72,1 km em Mucugê – final
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