Skip to main content
Arnaud Demare no pódio da Milão-San Remo

Arnaud Demare no pódio da Milão-San Remo

Do Bikemagazine
Foto de divulgação

Um dia depois de vencer a Milão-San Remo, o francês Arnaud Demare (FDJ) viu sua vitória ser questionada por dois ciclistas italianos, Matteo Tosatto (Tinkoff) e Eros Capecchi (Astana). Os ciclistas acusaram Demare de ter subido a Cipressa agarrado ao carro da equipe. De acordo com as regras da UCI, a transgressão significa desclassificação.

Vale lembrar que Vincenzo Nibali (Astana) foi expulso da Volta a Espanha do ano passado por ter feito o mesmo. Veja aqui

Demare se envolveu em uma queda a 30 quilômetros da chegada, a mesma que tirou o australiano Michael Matthews (Orica-GreenEdge) da jogada. Para voltar ao pelotão principal, o francês teria subido com a ajuda do carro, segundo testemunhas. Não há imagens que comprovem a acusação, mas o jornal La Gazzetta dello Sport abordou a polêmica na edição deste domingo. Leia aqui

“Na subida, ele recuperou o tempo duas vezes mais rápido do que nós, agarrado ao carro. Com certeza ele foi muito forte no sprint final, mas, sem essa ajuda, nunca teria vencido”, diz Tosatto ao jornal italiano. “Eu nunca vi ninguém fazer isso, é muita falta de escrúpulos”, completou o gregário de Peter Sagan.

“Demare foi a 80 km/h na ascensão. Eu estava na roda de Tosatto e vi claramente Demare agarrado no lado direito do carro equipe. Só temos que lamentar”, disse Capecchi.

De acordo com o a reportagem do jornal italiano, Herve Borcque, o juiz da prova, foi informado, mas sem evidências reais (foto ou vídeo) nada foi feito.

Tosatto e Capecchi levaram a polêmica para suas contas no Twitter. Enquanto isso, o ex-ciclista Daniel Lloyd sugeriu, também pela rede social, que a FDJ torne público os dados coletados durante a prova para que a história seja esclarecida. Sua sugestão foi aprovada imediatamente por Fabian Cancellara (Trek-Segafredo), que simplesmente tuitou: “Concordo”.

Por enquanto, Frederic Guesdon, diretor esportivo da FDJ, que estava na direção do carro, negou qualquer irregularidade. “Nós não enganamos ninguém”, enfatizou o ex-ciclista, vencedor da Paris-Roubaix de 1997 “Arnaud Demare pegou uma garrafa de água no carro apenas uma vez, os carros estavam colados, parachoque com parachoque, nunca poderia ter o levado, ainda mais a 80 km/h”, declarou.

Sobre a proposta de Lloyd, Guesdon garante que a FDJ será transparente. “Caso a controvérsia continue, vamos pedir a Demare para mostrar seus dados, já que ele levava um aparelho GPS na bike.”

Mas Guesdon foi um tanto quanto maldoso: “As polêmicas fazem parte das corridas italianas, ainda mais que a controvérsia veio de dois ciclistas velhacos.”

A conferir.

LEIA TAMBÉM
Milão-São Remo: Arnaud Demare surpreende no sprint
Milão-San Remo: veja os melhores momentos da La Classicissima