
Luisa Jucá na estreia da Copa Rio 2016 na Enseada de Botafogo
Dani Prandi / Do Bikemagazine
Fotos de divulgação
Quando trocou o mundo do show business pelo ciclismo, a baiana Luisa Jucá acreditava que levaria uma vida mais relaxada, mais tranquila. Mas, hoje, continua “agitada e estressada”, principalmente com a proximidade de mais uma edição do Tour do Rio. A organizadora recebeu a reportagem do Bikemagazine em seu escritório, no bairro Leblon, para um bate-papo, nesta quinta-feira (14 de abril).
Luisa Jucá tem 53 anos e vive há 26 no Rio de janeiro. Sua carreira começou no universo da Saúde Pública, passou pela área de cultura e museologia e depois se tornou consultora de projetos musicais. Foi empresária das cantoras Gal Costa, por dois anos, e de Maria Bethânia, por mais oito anos.

Pedalar sempre foi uma paixão, garante a baiana Luisa Jucá, que vive há 26 anos no Rio de janeiro
Mas a bicicleta sempre esteve presente em sua vida. “Quando criança, pedalava muito em Itaparica, a bike era o nosso transporte”, recorda. Já adulta, conheceu as aulas de spinning. “Cheguei a fazer 2, 3 horas de aula por dia”, conta. Nesse período, conheceu o pessoal da bike, como Dani Genovesi, Rita Almeida e o saudoso ultramaratonista Claudio Clarindo, que morreu em janeiro.
Em 2005 o ciclismo apareceu de forma urgente em sua vida profissional. “Na época o Rio iria perder a última prova do calendário e fui chamada às pressas para ajudar.” Em cinco dias, Luisa Jucá conseguiu viabilizar a disputa em pleno Centro do Rio, com provas de contrarrelógio no sábado e de circuito no domingo. “A corrida lotou. O presidente da Light viu e apoiou na hora. Hoje estamos no nono ano da Copa Light, que é uma prova Pro Continental”, comemora.

Luisa Jucá com o ciclista Rafael Andriato no Tour do Rio de 2014
O ano olímpico vai marcar a 7ª edição do Tour do Rio, competição que nasceu com a ajuda de amigos e hoje se tornou referência fora do Brasil. Desde o início, Luisa Jucá conta que enfrentou muitas dificuldades para viabilizar a corrida. “Diziam para eu desistir, que era louca.”
E os problemas continuam, já que o esporte está longe de ser popular, apesar de o uso das bicicletas ganhar vez mais adeptos nas grandes cidades. Para 2016, a ideia inicial da organização foi oferecer a competição antes dos Jogos Olímpicos. A data marcada para o início da prova, aliás, segue como 18 de maio. “A ideia é fazer o Tour do Rio em 5 etapas, duas delas no Rio de Janeiro, uma no circuito olímpico de estrada e outra no percurso do contrarrelógio, que não teve evento-teste e seria uma ótima oportunidade para os ciclistas conhecerem”, conta.
Mas, até meados de abril, a confirmação do Tour do Rio segue uma incógnita, já que não há resposta da liberação das verbas públicas esperadas. Enquanto isso, equipes estrangeiras, de Portugal, da Austrália, do Canadá e até mesmo dos Emirados Árabes, por exemplo, aguardam ansiosas pela resposta. “Se não tiver Tour do Rio é sacanagem política”, esbraveja.
Enquanto isso, as tensões políticas que assolam o país já causaram a primeira baixa em seu calendário. A segunda etapa da Copa Rio de Ciclismo, que seria neste domingo (17 de abril), foi adiada por causa dos protestos. “Pensamos na segurança dos atletas em primeiro lugar”, afirma. A nova data ainda não foi acertada.
Após seis edições do Tour do Rio, Jucá conta que o aprendizado é constante. “Vi que poderia fazer cada vez melhor, as orientações que recebi dos comissários da UCI durante esse período foram muito importantes e entendi o que era necessário e o que era desnecessário”, explica.
Mas, enquanto a organização das provas de ciclismo prosperava, Jucá lamenta que foi obrigada a parar de pedalar por falta de tempo. “Hoje sou uma senhora sedentária e hipertensa, mas estou voltando aos poucos”, garante.



