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O treinador Roberto Vitorio

O treinador e ciclista Roberto Vitorio no circuito olímpico dos Jogos Rio 2016 Foto: Daniel Kullock

Dani Prandi / Do Bikemagazine
Fotos: Daniel Kullock

O carioca Roberto Vitorio, o Beto Vitorio da BV Assessoria Esportiva, tem desvendado o circuito olímpico do ciclismo dos Jogos Rio 2016 para visitantes ilustres. Primeiro foi o bicampeão do Tour de France Chris Froome, depois os italianos Vincenzo Nibali e Fabio Aru, entre outros ciclistas com chance de medalha que resolveram testar as pernas no duro trajeto. O treinador mora na Barra da Tijuca e está “em casa” quando pedala no percurso, considerado um dos mais difíceis de todos os tempos.

Em entrevista ao Bikemagazine, numa tarde de outono no Rio de Janeiro, o treinador declarou: “Quanto pior o percurso melhor, gosto de sofrer.”

Com Chris Froome pelo percurso olímpico

Com Chris Froome pelo percurso olímpico em novembro do ano passado Foto: Daniel Kullock

Vitorio, formado em Educação Física, tem 41 anos e começou sua vida nos esportes nas quadras de vôlei. Depois, mudou para as corridas de aventura, experimentou o triathlon cross country e o mountain bike. Mas foi no ciclismo de estrada e nas provas de contrarrelógio que experimentou as melhores sensações nos últimos cinco anos. O ciclismo o levou a lugares icônicos, como o Mont Ventoux, o Alpe D’Huez, além do Gallibier, Sestriere e o Col d’Izoard, só para citar alguns. “Ainda falta o Zoncolan”, planeja. Desde então, acumulou pódios e é tetracampeão de contrarrelógio carioca.

A euforia de ter o circuito olímpico “no quintal” continua e a oportunidade de conhecer, e pedalar, com alguns dos grandes nomes do esporte só se reforça. O encontro com Froome, em novembro do ano passado, foi por acaso. “Estava dando aulas para minha turma de crianças quando um aluno me avisou. Fui até a Prainha e o Froome já gostou quando me viu de Pinarello (mesma marca de bike usada pela equipe Sky). Ele foi muito receptivo e combinamos de pedalar no outro dia. O único pedido que fez foi de não postar nas redes sociais, só depois que fosse embora”, lembra. Leia sobre a pedalada com Froome aqui

Na ocasião, Froome adiantou para Roberto Vitorio que a marca Pinarello estava desenvolvendo uma nova bike de contrarrelógio, mais leve. “A bike, com 300 gramas a menos, é mais ágil, mais aero, pelo que deu pra ver agora no Giro D’Itália”, relata. Com a novidade, Froome, que já era favorito para a prova olímpica de crono, tornou-se ainda mais favorito. “Mas ainda tem o Tom Dumoulin”, destaca, ao lembrar do holandês, especialista em provas de contrarrelógio, outro forte candidato a medalha no Rio.

O encontro com Froome rendeu novas indicações e algum tempo depois Vitorio foi o anfitrião da seleção italiana no Rio de Janeiro. Junto com o técnico da Astana, Paolo Slongo, acompanhou o reconhecimento do percurso dos azzurri Vincenzo Nibali, Fabio Aru, Adriano Malori e Valerio Agnoli. O treinador impressionou-se com o detalhismo de Slongo que, com um papel milimetrado, praticamente desenhou todas as subidas e os trechos cruciais.

Para Vitorio. a disputa da prova de estrada será decidida na descida da Mesa do Imperador, na Vista Chinesa. “Nibali é um dos favoritos, assim como Valverde (o espanhol Alejandro Valverde)”, aposta.

Com a esposa Natasha

Pedalada ao lado da esposa Natasha Foto: Daniel Kullock

Com os alunos

Pausa para a foto após pedal com os alunos da assessoria esportiva Foto: Daniel Kullock

Cinco dias por semana Roberto Vitorio pedala com seus alunos e também dá aulas de spinning. No momento o pelotão conta com 90 pessoas, de todas idades, a maioria homens, mas também mulheres. Começou a assessoria esportiva com 15 alunos e já chegou a ter mais de 100. A esposa, a advogada Natasha Albuquerque Vitorio, que além de cuidar do gerenciamento da assessoria também pedala, o acompanha tanto nos treinos quanto nas viagens de cicloturismo e nas disputas de granfondo mundo afora.

Nos treinos com seus alunos, que conta com batedores de moto e carro de apoio, o pelotão é dividido em P1, P2, P3, P4 e PSUS, sendo que o P4 é para iniciantes e o PSUS para atletas que estão voltando de lesões e gripes. “Prezo muito pela segurança e os pelotões são divididos de acordo com performance, experiência e habilidade”, relata. O primeiro pelotão chega a rodar 80 quilômetros. “Conforme o aluno vai melhorando ele muda de pelotão”, explica.

Assessoria esportiva e paixão pelo ciclismo

Assessoria esportiva e paixão pelo ciclismo na Cidade Maravilhosa Foto: Daniel Kullock

Os alunos são constantemente acompanhados in loco pelo próprio treinador e por seus assistentes, os chamados “anjos”, que são ciclistas experientes. Além de pedalar com o grupo, Vitorio também faz paradas estratégicas para gravações em vídeo que, depois, são mostradas aos alunos e compartilhadas. “Além disso promovemos workshops e temos também todo um lado social, fazemos festas, saímos para passeios de bike e outros eventos.”

Uma das próximas atividades com seus alunos é o reconhecimento do percurso da segunda edição do L’Étape Brasil, em Cunha, no interior paulista, que será disputado dia 18 de setembro. “Meus alunos sabem que têm que sofrer no treino para no dia da prova saber trabalhar, observar a frequência cardíaca, olhar à frente, entender o percurso”, diz.

Já em seus planos pessoais, Vitorio está com o pensamento nos Alpes. “Quero fazer o Tour do Mont Blanc, com 330 quilômetros que devem ser percorridos em um dia, com 8 mil metros de ascensão acumulada. Se é pra sofrer, vamos sofrer direito”, diverte-se.

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