
Nícolas Sessler vai integrar equipe espanhola Burgos-BH em 2018
Dani Prandi/Do Bikemagazine
Fotos de divulgação
Nícolas Sessler encerra a temporada no Brasil e depois de uns dias de relax no litoral baiano conversou com o Bikemagazine sobre sua estreia na equipe espanhola Burgos-BH, que acaba de receber a confirmação de que entrou para a categoria Profissional Continental da UCI. “Teremos um calendário de corridas muito forte com nomes de muita tradição e prestígio como a Vuelta da Catalunha, Vuelta a Valencia, Clássica de San Sebastián e talvez até mesmo a Vuelta a Espanha”, diz o neo-pro brasileiro de 23 anos.
Sessler, que mora no Norte da Espanha, estava no final do estágio com a Israel Cycling Academy quando recebeu a proposta da equipe. “Não tive muitas dúvidas de que seria uma grande oportunidade. Na época ainda estava com a Israel Cycling Academy, mas eles não tinham certeza se teriam espaço para mim em 2018, o que deixou a porta aberta para assinar com a Burgos-BH”, conta.
“A equipe Burgos-BH já tem muita tradição no pelotão espanhol e existe já há mais de 10 anos, porém 2018 será a primeira temporada que realizam o salto da categoria Continental (CT) para Pro-Continental (PCT). Será, portanto, um ano de aprendizado não somente para mim, mas também para toda a equipe”, continua Sessler. “Para mim será uma grande chance de seguir aprendendo e desenvolvendo junto com a equipe e com a certeza de que terei um grande calendário e muitas oportunidades.”

Sessler fez estágio na Israel Cycling Academy em 2017
Com a prevista confirmação da subida para a categoria Pro Continental (a segunda divisão do ciclismo mundial, depois do World Tour ), a equipe promoveu contratações e mudanças. “Somente cinco atletas do ano passado seguirão com a equipe e serão no total 16 ciclistas de seis nações diferentes (Espanha, Alemanha, Portugal, Rússia, Mônaco e, claro, o Brasil) com uma boa mescla entre jovens e outros mais experientes”, diz o brasileiro.
“A primeira imagem e contato que tive com o corpo técnico e com todos os integrantes foi muito boa. Logo de cara se nota que no ciclismo profissional tudo é um pouco mais organizado, analisado e planejado. A atenção aos detalhes é muito maior e a atenção que o atleta recebe é um grande diferencial.”
“Para mim será minha primeira temporada efetivamente 100% como ciclista profissional (também conhecido como “neo-pro”). É um ano para se encarar com muita humildade e buscar aprender e melhorar a cada prova. É muito importante que eu possa ajudar aos companheiros mais experientes e esteja presente nos momentos crucias das corridas”, continua o ciclista, que prefere não cultivar grandes expectativas. “Falar em resultados ainda é muito cedo e para este primeiro ano o objetivo é mesmo realizar um bom trabalho e demonstrar para a equipe do que realmente sou capaz”, completa.
“Assim poderia buscar uma seleção para estas provas de mais prestigio como uma Vuelta a Cataluña, Clássica de San Sebastián ou quem sabe até mesmo uma Vuelta a España. Se for capaz de entrar na seleção para disputar estas corridas já consideraria como um grande 2018”, afirma.

O brasileiro teve a oportunidade de disputar provas clássicas em 2017
Com a ida para a equipe espanhola, mudam os treinamentos, confirma Sessler. “Passarei a trabalhar com um treinador novo; nos últimos três anos estive com um treinador belga, mas para esta temporada mudarei para um treinador espanhol de confiança da equipe. A ideia é seguir com o meu desenvolvimento no ciclismo de estrada como um todo, já que sou relativamente novo na modalidade, mas sobretudo seguir trabalhando em cima das minhas qualidades como escalador e buscar melhorar ainda mais nesse aspecto”, diz.
A apresentação oficial da equipe será no começo de janeiro. “Será na cidade de Burgos, onde está sediada. Logo depois realizaremos um training camp em Mallorca para começar as competições no final do mês”, conta Sessler, que fica no Brasil até as festas de final de ano. “Realizarei a pré-temporada aqui no Brasil para aproveitar algumas semanas em casa e também pela vantagem climática se comparado ao inverno da Europa. Logo depois do Ano Novo embarco para a Espanha”, completa.
O brasileiro ainda não conhece todos da equipe. “Para dizer a verdade, conheço um ou outro por ter competido com eles algumas provas em 2017, mas de maneira geral ainda não conheço quase ninguém na equipe. A primeira concentração em janeiro com certeza será de muitas novidades.”

Sessler no pelotão na Tre Valli, na Lombardia
Depois do “aperitivo” no pelotão Pro com direito a final de temporada nas clássicas italianas, Sessler destaca o aprendizado. “O estágio com a Israel Cycling Academy foi uma oportunidade muito legal e com certeza aprendi muito nestes poucos meses que corri com eles. Terminei a temporada de 2017 muito bem fisicamente e andando bem nestas clássicas italianas. Honestamente não sabia muito bem o que esperar, já que era tudo novo para mim, mas com certeza foi muito legal disputar estas corridas e sobretudo andar bem, como no Giro della Toscana, onde estive no grupo dos favoritos com nomes como Niballi, Cummings, Gasparoto, Viscontti até o último km. Foi realmente surreal correr contra todos estes ídolos do ciclismo mundial e perceber que eles também são “humanos” e também sofrem tanto quanto a gente…”
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