Do Bikemagazine
Fotos de divulgação
A cidade de Camboriú (SC) vai receber no dia 9 de março de 2025 uma etapa do circuito mundial da UCI Gravel World Series. A prova inédita no Brasil integra uma série de 33 corridas sancionadas pela UCI e realizadas em 21 países de quatro continentes.
A etapa de Camboriú é a única em toda a América Latina e vai classificar os 25% primeiros ciclistas de cada faixa etária para o Campeonato Mundial de Gravel da UCI, que será realizado em Nice, na França. Podem participar da prova ciclistas com idade entre 19 e 80 anos, divididos em faixas etárias de cinco em cinco anos. Os campeões de cada faixa etária são premiados com a cobiçada camisa arco-íris da UCI.
Em seu quarto ano de existência, além do Brasil, a UCI Gravel World Series terá etapas na Itália, Espanha, Bélgica, Portugal, Áustria, França, Países Baixos, Grã Bretanha, Alemanha, Polônia, Dinamarca, Luxemburgo, Suíça, Suécia, África do Sul, Quênia, Namíbia, Austrália, Estados Unidos e Canadá.
A prova brasileira será realizada pela Riders, de Balneário Camboriú, empresa que organiza a UCI Gran Fondo Pomerode e a ultramaratona de mountain bike por etapas Riders Stage Race.
“É uma enorme sensação de dever cumprido. Quando começamos, três anos atrás, a trabalhar na obtenção da licença UCI para a Gran Fondo Pomerode, vimos a Gravel World Series ser criada e acompanhamos o crescimento da modalidade. Estamos fazendo algo diferente para o ciclismo, trazendo novidades e uma nova disciplina para o Brasil”, disse o organizador Juliano Salvadori, que vai realizar no próximo dia 10 de novembro a segunda edição da UCI Gran Fondo Pomerode.
A UCI Gravel World Series evoluiu rapidamente para uma competição de gravel de elite de alto nível e Salvadori aposta no potencial da modalidade.
“Três anos atrás, no primeiro Campeonato Mundial realizado pela UCI na Itália, a prova reuniu 560 ciclistas. Em 2023 foram 1.280 participantes. E este ano, no Mundial realizado na Bélgica, este número saltou para 2.800 participantes, quase superando os números do Mundial de Gran Fondo”, afirma.
Primórdios do ciclismo
A origem da modalidade gravel bike remonta aos primórdios do ciclismo, há cerca de 150 anos, em um mundo em que a maioria das estradas não eram pavimentadas e apenas os centros das cidades tinham ruas cobertas com paralelepípedos. O asfalto demorou a chegar e os primeiros ciclistas eram, em essência, ciclistas de gravel que pedalavam nas estradas de terra e de cascalho que conectavam as cidades.
(Re)nascido no Centro-Oeste dos Estados Unidos por volta de 2005 com o nome de Gravel Grinders, as corridas em estrada de terra retornaram às origens do ciclismo. A modalidade não demorou para virar hype no mundo do ciclismo, com ciclistas buscando novos desafios. Cerca de uma década mais tarde chegou à Europa e ganhou o resto do mundo. O prazer de pedalar fora do asfalto foi redescoberto.
Corridas de gravel atraem ciclistas de estrada das categorias elites Pro e Worldtour e também entusiastas e amadores. As provas são normalmente de longa distância em estradas e caminhos com predominância de estradas de terra e cascalho e também paralelipípedos, em percursos muitas vezes desafiadores junto à natureza.
Pioneiro no Brasil

Juliano Gehrke será o embaixador da etapa brasileira da UCI Gravel World Series – Foto de acervo pessoal
O catarinense Juliano Gehrke é considerado um dos pioneiros do gravel no Brasil. Competidor aguerrido de mountain bike, em 2017 descobriu a modalidade que crescia nos EUA e Europa e desde então se tornou um dos nomes de referência do gravel no Brasil.
“Minha cara virou uma referência no gravel em nível nacional”, completa Gehrke, que organiza o evento Gravelland.
“A etapa da UCI Gravel World Series é muito importante para o Brasil, pois a prova brasileira tem o peso da UCI e traz visibilidade e crescimento para a modalidade no Brasil”, resume o atleta de 50 anos que reside em Blumenau (SC) e será o embaixador na divulgação da etapa brasileira do circuito UCI Gravel World Series.
Percursos
A área rural de Camboriú – cidade vizinha ao Balneário Camboriú – oferece inúmeras estradas de terra próprias para a prática da modalidade e com uma variedade de terrenos e paisagens. O percurso maior da prova deverá ter 120km com 2 mil metros de altimetria acumulada aproximadamente. Percursos menores estão previstos: o intermediário com 60km e 1.200 metros de subidas acumuladas e outro com 30km e 500 metros de altimetria.
As inscrições vão abrir em breve no site https://www.riderize.com





