Foto de arquivo

Levi Leipheimer em foto de 2008, quando estava na equipe Astana, durante etapa do Giro D’Itália
O ciclista Levi Leipheimer, ex-companheiro de Lance Armstrong, assumiu publicamente, pela primeira vez, o uso de doping em um artigo publicado pelo The Wall Street Journal nesta quinta-feira (11 de outubro), na página D8 da edição que circula nos Estados Unidos.
Intitulado “Leipheimer: Why I Doped” (“Leipheimer: Porque eu me dopava”), o artigo é publicado justamente no momento em que a Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada, na sigla em inglês) revela o relatório de mil páginas contra o esquema de doping liderado por Lance Armstrong.
Leipheimer, de 38 anos, foi ciclista da US Postal, Astana e Radio Shack no mesmo período em que Armstrong. Em 2007, fez terceiro lugar no Tour de France. Um ano depois, foi bronze nos Jogos Olímpicos Pequim.

Levi Leipheimer e Lance Armstrong: companheiros
Veja trechos do artigo em tradução livre:
“Hoje, aceito a responsabilidade e as sanções da Usada por ter participado no passado sujo de ciclismo.”
“Doping não era a exceção, era a norma.”
“Quando eu era um garoto de 13 anos de idade, meu sonho era disputar o Tour de France. Minha vida foi toda dedicada a esse objetivo. Saí de casa ainda adolescente, mudei para a Europa aos 19 anos e vivia em quartos com outros colegas, que não falavam a minha língua.”
“Tendo feito sacrifícios para o meu sonho, vários anos depois virei profissional. Mas no esporte de atletas do mais alto nível, talvez sem exceção, eram utilizadas substâncias proibidas. Um esporte onde o doping era tão aceito que ciclistas de equipes adversárias na estrada coordenavam seu doping para manter-se no mesmo nível dos atletas que estavam fazendo a mesma coisa.”
“Lamento ter sido forçado a tomar as decisões que tomei. Eu admito que não deixei o doping me dissuadir de meu sonho. Eu admito que usei substâncias proibidas. Eu sei que este aprendizado vai decepcionar muitos de meus fãs e amigos e lamento.”
“As pessoas vão se decepcionar e dizer que eu estava errado, que eu deveria ter escolhido de forma diferente, e estou apenas dando desculpas. Eu tomei a decisão que tomei. Eu não ofereço esta descrição do esporte como uma desculpa, simplesmente como uma explicação do contexto e razão para a minha decisão.”
“Graças a uma mudança na cultura do esporte, o ciclismo tem sido mais limpo. A nova geração de ciclistas não é mais confrontada. Ao assumir a responsabilidade por aquilo que temos feito, a minha geração vai se certificar de que continue assim.”



