Skip to main content
Na área do circuito do Brasileiro de MTB, em Itaipava

Na área do circuito do Brasileiro de MTB, em Itaipava

Dani Prandi / Do Bikemagazine
Fotos de divulgação

A pista do Campeonato Brasileiro de MTB está sendo construída no Vale do Cuiabá, no distrito de Itaipava, Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. As provas, nos dias 18 e 19 de julho, prometem ser “divertidas”, adianta o atleta Henrique Avancini (Cannondale), que é da região. O brasileiro mais bem colocado do ranking mundial sabe do que fala: afinal, ele é o “pai” da pista.

“Sempre reclamo das pistas do Brasil, da falta de trabalho e de conceito. Quando soube que a Federação do Rio de Janeiro seria a responsável pelo Brasileiro eu apresentei Petrópolis. A região se adapta demais ao MTB”, conta o atleta em entrevista ao Bikemagazine. Avancini relata o quanto se empenhou no projeto: “Coloquei a Secretaria Municipal em contato com a Federação, ajudei com patrocinadores e me comprometi com a construção do circuito.”

A pista com a distância olímpica de 4,5 quilômetros está na fase final de construção. Para Avancini, quem for o campeão ali “será mesmo o campeão, diferentemente das últimas décadas”.  “E digo isso porque na última década o esporte mudou e nossas pistas não acompanharam, o que dava chance para atletas que não eram tão bons para XCO vencerem a principal competição da modalidade…”

“O circuito é divertido e tem muito do que eu acredito que deve ser o MTB, com pilotagem, desafio técnico, mas não extremo, com fluidez, para acelerar sempre”, afirma. Empolgado, Avancini promete que o circuito é daqueles para rodar “em transe”, para “andar em boa velocidade, sem brigar com a bicicleta”.

A pista foi construída do zero, em um terreno particular. Primeiro, Avancini percorreu a área a pé, identificou subidas, descidas e, no meio da mata densa, buscou trechos técnicos. Após a fase de exploração, veio a limpeza com um grupo de oito pessoas. Este não é um “trabalho” novo para ele, que já prestou consultorias para eventos. “É um hobby que costumo fazer nas férias”, entrega.

Avancini na segunda etapa da Copa do Mundo de MTB Foto: EGO Promotion

Avancini na segunda etapa da Copa do Mundo de MTB Foto: EGO Promotion

Para Avancini, o que define um circuito bom de um não é o “acerto de terra”. “É o mais importante”, diz. Como o atleta vai viajar neste final de semana para a Europa, onde passará uns dias na Áustria para, depois, disputar a terceira etapa da Copa do Mundo, na Suíça, a finalização do projeto ficará por conta de sua equipe. “Já deixei todas as instruções, que incluem até o ângulo das curvas”, garante. Quando retornar, vão faltar duas semanas para o Brasileiro, e Avancini promete fazer um ajuste final no circuito.

A reportagem questiona se ser o “pai” do circuito o trará alguma vantagem e o biker rebate: “Estou fazendo para o esporte, mas a pressão é grande. Há a vantagem de ser na minha cidade, no meu terreno, mas há a desvantagem de que eu me envolvi muito”.

Avancini lembra que o Vale do Cuiabá foi a área mais devastada pela catásfrofe natural de 2011, quando fortes chuvas atingiram a região. “Hoje me surpreendo com a renovação, treino muito na região e vi as mudanças.” Ao lado da pista, a cerca de 400 metros, fica o local onde a equipe olímpica suíça se hospedou quando visitou o Brasil, no final do ano passado. “E eles vão voltar”, conta Avancini.

Programação
A torcida sentiu a ausência do atleta na lista dos convocados para os Jogos Pan-Americanos 2015, em Toronto (Canadá) entre os dias 10 e 26 de julho – a prova de mountain bike é no dia 12 de julho.
Uma semana antes, nos dias 4 e 5 de julho, Avancini disputa a terceira etapa da Copa do Mundo de MTB, em Lenzerheide, na Suíça, e nos dias 18 e 19 de julho são as provas do Brasileiro.

“Toronto não se encaixou na logística, eu teria que voltar da Suíça para o Brasil para ir ao Canadá e depois retornar, dias antes do Brasileiro.”Avancini lembra que o Pan-Americano de MTB na Colômbia, que venceu, lhe rendeu 200 pontos no ranking olímpico. Já os Jogos Pan-Americanos distribuem 10 pontos. “Mas não representar o Brasil no Pan-Americano não é prazeroso”, lamenta.