Sem San Luis, mas com pontos a favor para a Funvic Pro Continental

Funvic no Tour do Rio 2015

Dani Prandi / Do Bikemagazine
Foto de divulgação

A equipe brasileira Funvic Soul Carrefour estreia na categoria UCI Profissional Continental em 2016, em uma temporada de novidades que promete deixar a batalha pelos convites para as mais importantes provas do calendário ainda mais difícil. Com o triste fim do Team Colômbia, que terminou envolvido em acusações de desvios e fraude, o time brasileiro será o único representante da América do Sul na segunda divisão do ciclismo mundial e isso é um forte ponto a favor, principalmente em ano de Jogos Olímpicos em casa.

Outro ponto a favor é a esperada ida da sul-africana MTN-Qhubeka, que passará a se chamar Team Dimension Data, para a 1ª divisão, a categoria World Tour, que voltaria, assim, a ter 18 times, como foi planejada. Nesse ano, o pelotão correu com 17 equipes. Sem a Qhubeka, “sobra” mais um lugar.

Nas mais importantes competições, as equipes World Tour têm presença garantida e as Pro Continental podem conseguir convites, incluindo aí o Grand Tour (Giro D’Itália, Tour de France e Volta a Espanha). O caso é que, no Giro, as equipes italianas são prestigiadas, assim como as francesas no Tour e as espanholas na Vuelta. Mas uma equipe brasileira pode ser um atrativo. O próprio técnico Benedito Tadeu Azevedo Júnior, o Kid, é otimista e diz que que “em três anos” eles chegam ao Tour de France.

Para se ter um exemplo do quão difícil é, vale lembrar que o Team Colômbia, em quatro temporadas, não conseguiu o convite do Tour, mas participou duas vezes do Giro (2013 e 2014) e uma vez da Vuelta (2015).

Mas, com a pressão para começar a temporada em alta, houve um revés na Funvic. Um dia antes do anúncio da UCI de que a equipe havia atendido aos requisitos para subir de categoria, Kid foi surpreendido pela notícia de que a equipe não estava entre as convidadas do Tour de San Luis, na Argentina, de 17 a 23 de janeiro. Para muitos, a Funvic seria presença garantida, já que venceu a prova no ano passado com o argentino Daniel Diaz, que conquistou o bicampeonato, e teve resultados de destaque nesta e em edições anteriores.

Para Kid, a ida de Diaz para a também nova equipe Pro Continental, a francesa Delko-Marseille Provence KTM, teve a preferência. A Delko, aliás, estreia justamente em San Luis. “Se o anúncio tivesse saído antes acho que seríamos convidados”, disse o técnico em entrevista ao Bikemagazine.

Sem a Argentina, há a possibilidade de ir ao Tour Down Under, na Austrália, de 19 a 24 de janeiro. Com o anúncio oficial das equipes, nesta segunda-feira (9 de novembro), é hora de planejar a temporada e buscar convites, os wildcards invitations, que dão passe livre para encarar o pelotão World Tour.

Caso tudo saia como o planejado, a Pro Continental terá 23 equipes em 2016. A UCI já confirmou 17, que são, em ordem alfabética: Androni Giocattoli, Bora-Argon 18, Caja Rural-Seguros RGA, Cofidis, Solutions Credits, Delko Marseille Provence KTM, Drapac Professional Cycling, Fortuneo-Vital Concept (Bretagne-Séché Environnement en 2015), Funvic Soul Carrefour, Nippo-Vini Fantini, One Pro Cycling, Roompot Oranje Peloton, Rusvelo, Team Novo Nordisk, Topsport Vlaanderen-Baloise, UnitedHealthcare Professional Cycling, Verva Active Jet e Team Wanty-Groupe Gobert.

Faltam as avaliações da comissão de licenças das equipes Bardiani CSF, CCC Sprandi Polkowice, Cult Energy-Stölting Group, Direct Energie (Team Europcar em 2015), Roth-Skoda, Team Tharcor (Southeast em 2015, a equipe do brasileiro Rafael Andriato).