Paixão foi tricampeão na categoria solo
Do Bikemagazine
Fotos de divulgação – Alexandre Moreira
Pedalar 12 horas já é complicado, imagine sob chuva forte. A chuva, que esteve presente nas cinco últimas edições do MTB 12 Horas, tornou ainda mais difícil a edição do evento que completou 21 anos no dia 18 de novembro, em Itupeva, no interior paulista.
“Caramba, estou cansado disso. Choveu nas últimas cinco edições da corrida. Vamos mudar o calendário e fazer a prova no inverno”, afirmou Paulo de Tarso, o Paulinho do Clube Sampa Bikers.
O charme da largada ao estilo Le Mans
Realizada desde 1996, o MTB 12 Horas é a prova de mountain bike de longa duração por revezamento mais tradicional do Brasil. A largada foi ao meio-dia no tradicional estilo “Le Mans”, onde os ciclistas têm que correr até suas bicicletas.
No período da tarde, a corrida foi sob sol forte, com muito calor, mas a chuva chegou assim que o sol se pôs e mudou a estratégia das equipes. Ali perto, em Campinas, o temporal foi ainda pior e morreu até gente na cidade. Na arena do evento, a área das tendas das equipes montada num campo de futebol ficou intransitável. Vez ou outra a energia elétrica acabava.
Apesar das adversidades, ninguém parecia contrariado. O barro trouxe mais emoção e um desafio a mais à corrida e os competidores e equipe de apoio se divertiram com o aguaceiro.
Na pista de 6,1km montada ao lado do Hotel Quality, na altura do KM 72 da rodovia dos Bandeirantes, atletas das categorias solo, duplas, trios e quartetos estavam mais preocupados com o andamento da corrida e mantinham a atenção no painel eletrônico que exibia os resultados em tempo real. Eventualmente, o painel se apagou, mas voltou antes do fim da prova.
Pela primeira vez a competição contou com transmissão ao vivo pela internet feita pela equipe MTB90. A equipe por sinal venceu com o forte quarteto formado pelo norte-americano Tinker Juarez, o suíço Lukas Kaufmann, o mineiro Hugo Prado Neto e o paulista Bob Nogueira, que dominaram de ponta a ponta e garantiram o bicampeonato com 38 voltas.
O norte-americano Tinker Juarez integrou o quarteto campeão
Aos 56 anos, Tinker Juarez é um dos nomes mais importantes da história do ciclismo mundial e competir no Brasil é sempre uma oportunidade para rever os amigos e se divertir.
“Tenho muita sorte de poder sair de casa para pedalar todo dia e ainda chamar isso de trabalho”, comentou Juarez, que possui duas participações olímpicas (Jogos de Atlanta 1996 e Sydney 2000), assim como quatro títulos mundiais em provas de 24 horas, entre outros. Juarez já venceu o MTB 12 Horas na categoria solo em 2003, 2005, 2008 e 2014 e revela o segredo da longevidade no esporte.
“Acredito que apenas pedalar sua bicicleta é um bom começo e o segredo da longevidade. Sempre acredito que por eu pedalar todos os dias sinto que tenho condições de participar de uma prova longa no final de semana, se quiser”, disse Juarez.
SOLO
A chuva começou no início da noite e complicou a corrida
Nas categorias solo Carlos Henrique Paixão conquistou seu tricampeonato e Juliana Fernandez faturou seu primeiro título.
O norte-americano Kelly Magelky, de 38 anos, considerado um dos maiores especialistas em provas de longa duração, liderou as três primeiras voltas, mas teve um pneu rasgado e perdeu tempo na ida até os boxes. Magelky é campeão norte-americano de 24 horas solo, medalha de prata no campeonato mundial de 24 horas solo e vencedor de 7 corridas de 100 milhas (160km). Apesar do palmarés vencedor de Magelky, o título ficou com Carlos Paixão, de Jundiaí.
“Esse ano foi ainda mais difícil. Fez muito calor, quase 37°C e no meio da prova caiu muita água em pouco tempo e virou um grande lamaçal. A técnica e a estratégia contaram muito”, comentou Paixão.
Na categoria duplas, a vitória ficou com Edivando Cruz e Danilo Juliano Ferreira.
Em 2018 o MTB 12 Horas deverá ser realizado no dia 15 de julho. O local ainda não está definido. “Gosto muito da região da Holambra”, especula Paulinho de Tarso.
O resultado completo está disponível no site www.mtb12horas.com.br
